Greve do Serviço Funerário acaba, mas ainda atrasa enterros em Itaquera

A greve do Serviço Funerário de São Paulo terminou oficialmente às 6h desta quarta-feira, mas ainda provoca atrasos em enterros na cidade. O Serviço Funerário faz o transporte dos corpos de hospitais e IML (Instituto Médico Legal) para os velórios.

Segundo os funcionários das agências municipais que atendem os familiares (fazendo agendamento de velório e enterro, compra de flores, caixão, etc), o atendimento é feito normalmente, mas o transporte ainda está atrasado. A prioridade é dar conta dos pedidos de transporte que foram feitos ontem e ainda não foram cumpridos.

Funcionários de duas agências disseram que há mais de cem corpos aguardando transporte em toda a cidade e que os motoristas não estão dando conta.

Aos familiares, a orientação é alertar que não há prazo para pedidos de remoção feitos hoje (veja abaixo). Uma família que queria fazer um enterro hoje, às 17h30, foi comunicada que seria impossível conseguir o transporte do corpo a tempo –o enterro, então, foi remarcado para amanhã cedo.

No cemitério do Morumby, dois velórios agendados atrasaram. Um foi reservado ontem à noite, mas o corpo só chegou ao cemitério por volta das 10h30 de hoje. O outro, que foi reservado às 6h de hoje, ainda não tinha começado.

Em dias normais, depois que é feito o agendamento o corpo leva de duas a três horas para chegar ao cemitério.

A reportagem entrou em contato também com os cemitérios da Vila Formosa, Araçá, bairro da Freguesia do Ó e Encontra Itaquera. Em todos eles, velórios e sepultamentos aconteciam normalmente, mas havia relatos de familiares reclamando da demora para transportar os corpos.





GREVE

A paralisação começou na manhã de ontem e, segundo os funcionários, a adesão atingiu motoristas, atendentes e sepultadores. Em diversos locais, funcionários da limpeza fizeram os enterros.

Segundo o Sindsep (Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo), os trabalhadores decidiram ontem, em assembleia, dar uma trégua à prefeitura até meados de agosto –quando devem retomar negociações.

Com o fim da paralisação, os grevistas não terão o dia parado descontado do salário, mas não conseguiram nenhuma proposta de aumento da prefeitura, de acordo com o sindicato dos trabalhadores.

De acordo com o Sindsep, eles reivindicam aumento salarial de 39,79%, estender gratificações a todos os funcionários, plano de carreira e melhores condições de trabalho.

Os funcionários Serviço Funerário dizem estar sem reajuste real há mais de 20 anos. De acordo com a presidente do Sindsep, Irene Batista de Paula, o salário inicial do servidor está em R$ 440, e a prefeitura tem dado aumento de 0,01% nos últimos anos –índice menor que a inflação.

A prefeitura afirma ter enviado projeto de lei à Câmara estendendo a Gratificação de Atividade a todos os servidores ativos de níveis básico e médio do Serviço Funerário, além de elevar o “piso mínimo” da categoria para R$ 630.

De acordo com dados da Secretaria de Planejamento, o Serviço Funerário Municipal tem 1.366 servidores ativos.

Fonte: Folha de S. Paulo





Deixe seu comentário