Universidade em Itaquera a passos lentos

Lideranças de movimentos sociais da Zona Leste reclamam da lentidão da Prefeitura para desapropriar e adquirir um terreno de 180 mil metros quadrados onde deve funcionar a futura Universidade Federal da Zona Leste. O terreno fica na Avenida Jacú-Pêssego, em encontra Itaquera. A implantação de uma universidade pública na região é uma reivindicação antiga, iniciada em 1983.

Em 24 de julho do ano passado, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) assinou um decreto de utilidade pública da área, dando o primeiro passo para a desapropriação. No terreno, funcionava a metalúrgica Gazarra. A empresa encerrou as atividades no local e a área ficou sem utilidade. Após o processo de desapropriação, a Prefeitura precisa desembolsar aproximadamente R$ 25 milhões, o valor de mercado do terreno.

“O prefeito já se manifestou várias vezes, aqui na Zona Leste, favorável ao projeto. Mas parece que a parte burocrática está demorando muito. Consideramos que falta mais vontade política para agilizar o processo”, afirmou o padre Antônio Marchioni, mais conhecido como Ticão, uma das lideranças mais empenhadas pela universidade.

“A Zona Leste é muito carente em educação. Em relação a universidades públicas, temos somente uma unidade da USP, inaugurada há poucos anos. Quem mora na região e precisa estudar é obrigado a se deslocar para outras áreas da cidade”, afirmou o padre.





A opinião é compartilhada por Luís França, outro integrante de movimento social. “Infelizmente, a Zona Leste nunca foi prioridade de investimento do poder público. Em razão disso, temos carência em várias áreas, principalmente na educação superior”, ressaltou França.

De acordo com o ativista, após esses anos todos de luta, nos últimos meses houve a confirmação de interesse em implantar a universidade pelo governo federal, a Prefeitura e pela direção da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – ligada ao governo do estado.

Abraço

No próximo dia 21, às 9h, haverá um abraço simbólico no terreno. “Convocamos a presença dos moradores da região para participar da manifestação. A liberação do terreno está demorando muito e não podemos ficar parados. As conquistas que tivemos na região só vieram com muito esforço”, afirmou Ânderson Nigri da Cunha, outro líder social da Zona Leste.

A Secretaria Municipal de Governo e Negócios Jurídicos, questionada pelo DIÁRIO sobre a reivindicação, não informou quando a aquisição do terreno será concluída. Disse apenas que o processo está em andamento.

Fonte: Diário de S. Paulo





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